terça-feira, 11 de agosto de 2015

Roteiro da viagem que fizemos ao Jalapão

Olá! Neste Blog compartilharemos o planejamento e a viagem que fizemos ao Jalapão de 1° a 4 de abril de 2015, durante a semana santa.
Antes de tudo, fizemos muita pesquisa na internet e conversamos com alguns amigos que já haviam ido ao Jalapão para tentarmos reunir a maior quantidade de informações possível, pois iríamos sozinhos e pela primeira vez. O planejamento deu certo e fizemos uma viagem inesquecível, como descreveremos adiante.

QUEM SOMOS


Somos uma família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças com cinco e sete anos. Moramos em Palmas-TO, localizada à aproximadamente 150 km de Ponte Alta do Tocantins, considerada por muitos o portal de entrada do Jalapão.

Ponte Alta do Tocantins. O Portal do Jalapão.

QUANTOS DIAS?


Para o roteiro que parte de Ponte Alta do Tocantins, passa por Mateiros e chega em Novo Acordo, o ideal para nós seriam quatro dias. Fizemos esse trecho em três dias, mas ficamos com um gostinho de quero mais. No total viajamos por quatro dias, mas o primeiro compreendeu somente o deslocamento de Palmas para Ponte Alta.

ROTA QUE FIZEMOS


  • Partimos de Palmas-TO, em direção ao sul, pela TO-050 até o bairro de Taquaralto;
  • Pegamos a TO-030 em direção à Taquaruçu. A rodovia corta o distrito e, logo após esse vilarejo, passamos pela entrada da Cachoeira da Roncadeira e depois seguimos em direção a outro distrito chamado Buritirana e, adiante, Santa Tereza;
  • A partir daí seguimos para Ponte Alta do Tocantins pela TO-130. Todo o trecho é asfaltado com pista de mão-dupla. O cuidado deve ser redobrado nessa rodovia, principalmente se for trafegar à noite, pois a estrada é pouco movimentada e animais na pista são frequentes. Em dois pontos o asfalto cedeu e foram feitos desvios;
  • De Ponte Alta do Tocantins parte a TO-255 que segue até Mateiros, a cidade que utilizamos como base para a nossa aventura. A estrada é cascalhada em sua grande parte, com trechos de areia, chamados por aqui de "tombador". No início de abril a areia ainda tinha alguma umidade e por isso não estava tão solta, a partir de maio, até outubro, a região não recebe chuvas e o tempo seco dificulta a condução do veículo pois a areia tende a ficar mais fofa.
  • De Mateiros seguimos pela TO-110 até São Félix do Tocantins e depois, pela TO-030 para Novo Acordo em estrada de terra cascalhada com alguns trechos de areia, mas com menos chances de atolamentos que a TO-255.
  • De Novo Acordo até Palmas, as rodovias TO-020 e BR-010 são asfaltadas e estavam em boas condições.


MAPA

Tracei nosso roteiro no Google Earth e depois exportei para um arquivo "kml". Usei meu smartphone com o aplicativo OruxMaps para abrir a rota e fazer a navegação por GPS. Funcionou perfeitamente e sempre que tínhamos dúvidas consultávamos o mapa eletrônico. Se quiser vizualizar a rota que fizemos, use o Google Earth e faça o download do arquivo kml a seguir, que pode ser usado também em diversos navegadores GPS, entre eles o que citei  OruxMaps : Download do mapa no formato KML


VEÍCULO



Renault Duster 4x4 no Povoado de Mumbuca
Fomos em um Renault Duster 4x4, não é um carro off-road, mas se saiu muito bem nos trechos mais complicados, principalmente na areia solta. Não ficamos presos em nenhum momento, mas foi preciso ter uma noção básica de direção na areia: manter a velocidade, não deixar o carro parar na areia, principalmente em aclives, e evitar sair dos trilhos, assim como evitar os mais cavados.
Fomos no fim da temporada de chuvas do Tocantins, que vai de outubro a abril, mais ou menos, então a areia ainda tinha alguma umidade facilitando a compactação da estrada. Apesar disso as valas e trilhos eram profundos e às vezes raspavam no assoalho do carro. Dá para fazer a viagem em um carro sem tração nas quatro rodas, principalmente se for mais alto, e se cometer algum erro e ficar preso nas estradas principais, logo aparecerá alguém para ajudar. Já nas estradas que derivam das rodovias estaduais, as que levam aos fervedouros menos famosos, à Cachoeira da Formiga e às Dunas, onde a trilha não é cascalhada, o risco de ficar preso é maior.

O QUE LEVAMOS

  • Tenda;
  • Barraca;
  • Colchonete;
  • Mesa infantil dobrável;
  • Cadeiras de praia;
  • Boia do tipo espaguete;
  • Máscaras de mergulho e óculos de natação;
  • Câmeras fotográficas à prova d'água;
  • Smartphone;
  • Carregador veicular para telefone;
  • Caixa térmica;
    • Água;
    • Refrigerantes;
    • Suco de caixinha;
    • Cerveja;
  • Comida para os almoços e lanches da tarde;
    • Pão francês;
    • Bisnaguinha;
    • Atum;
    • Polenguinho;
    • Salame fatiado;
    • Bolachas;
    • Biscoitos;
    • Jujubas;
    • Barrinhas de cerais;
    • Banana passa;
  • Ferramentas
    • Compressor 12V;
    • Calibrador de pneus;
    • Kit de remendo de pneus;
    • Corda de reboque;
    • Elástico para prender bagagens;
    • Pá de plástico para cavar na areia
    • Alicate, canivete suíço, facão, chaves para o bagageiro e outras.
  • Roupas leves de material sintético que secam rápido;
  • Protetor solar;
  • Repelente de insetos (não usamos);

ATRAÇÕES QUE VISITAMOS


Cânion Sussuapara. Google Maps


Entrada para a Cachoeira da velha e prainha. Google Maps

Fazenda Progresso. Google Maps


Ponte do Rio Novo. Google Maps


Dunas. Google Maps


Fervedouro do Buriti. Google Maps


Fervedouro do Rio do Sono; 


Fervedouro do Salto;


Fervedouro Mumbuca. Google Maps


Povoado do Mumbuca. Google Maps


Cachoeira da Formiga. Google Maps


Fervedouro do Buritizinho. Google Maps





Serra da Catedral. Google Maps



Serra do Gorgulho. Google Maps


ONDE NOS HOSPEDAMOS


Pousada Águas do Jalapão

Localização: Ponte Alta do Tocantins - TO
Coordenadas: Google Maps
Telefones: (63) 9996-4550 - Nilton, (63) 9975-1950 - João, (63) 8467-6740 Pousada,8472-4491 - Jota






Pousada Santa Helena

Localização: Mateiros - TO
Coordenadas: Google Maps
Telefones:  (63) 3534-1050 (63) 9971-1058 – WhatsApp




DIÁRIO DE VIAGEM

1° dia

No primeiro dia saímos de Palmas por volta das quinze horas, tendo como destino Ponte Alta do Tocantins, onde pernoitamos.
A principal rota para o Jalapão partindo de Palmas passa por Taquaruçu, um distrito da capital localizado na Serra do Carmo em uma região cercada de belezas naturais, com diversas cachoeiras e lindas paisagens. Porém, como já conhecíamos a localidade, paramos apenas para fazer um lanche antes de seguirmos viagem. Se você não conhece Taquaruçu, vale a pena acrescentar um dia para conhecer as cachoeiras e o charme serrano de lá, destaco as cachoeiras Roncadeira, Bela Vista e Evilson. Esta última é a que possui melhor estrutura para o turista. Apesar de rústica, vende bebidas na entrada e serve almoço por encomenda.

Portal de Taquaruçu


No caminho até Ponte Alta paramos em Santa Tereza do Tocantins para comprar água e complementar as compras de mantimentos.
Portal de Santa Tereza do Tocantins

Três quilômetros antes de chegar à Ponte Alta do Tocantins, nos hospedamos na Pousada Águas do Jalapão. Eu liguei na pousada na noite anterior para saber sobre a disponibilidade, mas não fizemos reserva, pois não sabíamos se as instalações iriam agradar. Gostamos da Pousada. O quarto era bem simples, mas tinha ar-condicionado e as instalações estavam em ordem. Ficamos por ali mesmo aproveitando o fim-de-tarde na piscina.

Pousada Águas do Jalapão
À noite fomos jantar no Bar do Belêco. Eles servem espetinho com acompanhamentos. Tudo muito simples, mas de boa qualidade. Andamos pela cidade e não encontramos nenhuma outra boa opção para jantar.
Bar do Belêco

2° dia


Acordamos cedo e nos surpreendemos com o café-da-manhã da pousada, muito bom. Às sete já estávamos saindo em direção ao Jalapão.

Buffet do café-da-manhã

Início da TO-255, aqui começa a aventura

Antes de pegar a estrada baixei a pressão dos pneus para facilitar a condução no solo arenoso. Alguns quilômetros adiante, encontramos a primeira atração, o Cânion Sussuapara. Essa atração não tem nada de muito interessante, porém, como fica na beira da estrada, vale a pena parar para conhecer o lugar e tirar algumas fotografias. É um riacho que corre no fundo de um cânion esculpido pela erosão, com raízes de onde brota água.

Cânion Sussuapara
Em seguida rumamos para a Cachoeira da Velha, mas já sabíamos que ela estava fechada para visitação. Durante o café-da-manhã um funcionário da Pousada nos informou que uma onça estava com seu filhote nas imediações da prainha do Rio Novo, que fica ao lado da cachoeira, e, por isso, o órgão ambiental do Tocantins interditou o local.

Antes de chegar na estrada que dá acesso ao mais famoso atrativo do Jalapão, passamos por alguns tombadores, que são partes da estrada onde predomina a areia fofa. A estrada é cascalhada, mas nesses locais o cascalho superficial não existe, então, forma-se uma bacia de areia solta e as piores situações são onde os tombadores ficam em aclives, que por menos inclinados que sejam dificultam a passagem de caminhões e ônibus, formando buracos onde esses veículos de grande porte atolam.

"Tombador", areia solta, dois caminhões e um carro atolados
Já no primeiro atoleiro encontramos dois caminhões parados bloqueando a estrada. Um Mitsubishi TR4 que estava na nossa frente foi tentar sair da estrada para desviar dos caminhões e não evoluiu mais que dois metros! Pensamos, "a aventura começou". Desci do carro e ajudei o TR4 a retornar para a estrada junto com um bando de motoqueiros que acompanhavam os caminhões. Após, reunimos as forças e desatolamos os caminhões. Mas logo em seguida eles atolaram novamente. Dessa vez não paramos e seguimos viagem. Dali em diante passamos por alguns trechos de areia, com trilho profundo que esbarrava no fundo do carro de vez em quando, mas em nenhuma vez corremos o risco de ficarmos presos.
Após a subida da Serra da Muriçoca, chegamos à entrada para a cachoeira da Velha e à famosa prainha do Rio Novo, mas como dito anteriormente, estava fechada para a visitação.
Estrada que leva à Cachoeira da Velha interditada
Nos nossos planos, o nosso almoço seria na prainha do Rio Novo, mas devido à interdição da cachoeira, resolvemos seguir em frente e almoçar na Fazenda Progresso, alguns quilômetros adiante.
A Fazenda Progresso possui um restaurante e área para camping, nas margens do Rio Novo, mas o acesso é difícil, por uma estrada de areia solta que parte da TO-255. Deixando a estrada principal não há mais cascalho só areião, formando trilhos profundos nos dez quilômetros seguintes até a margem do rio, onde fica a sede da fazenda e o restaurante. Fomos sem dificuldades maiores, mas eu acredito que carros mais baixos e sem tração nas quatro rodas podem encontrar dificuldades em alguns trechos. Para a nossa surpresa e de mais uma dupla de turistas que chegou para almoçar, o restaurante estava fechado e não havia ninguém no local, apenas um cachorro que nos recebeu abanando o rabo. Tiramos algumas fotos, andamos um pouco pela margem do rio e fomos informados por um senhor que chegou logo após que próximo à ponte do rio novo, havia um povoado onde serviam almoço. Então resolvemos seguir viagem. Retornamos pela mesmo areião e pegamos novamente a TO-255 em direção a Mateiros.
Camping Fazenda Progresso
Fomos procurando o restaurante que fomos recomendados pelo habitante local, mas não vimos nada no caminho que se assemelhava a um estabelecimento que vendesse refeições, até que chegamos à Ponte do Rio Novo. De cima da ponte observamos uma prainha com árvores e sombra, logo à direita a uns duzentos metros. Retornamos e fomos até lá com o carro. O ambiente era muito agradável e lá estava o pessoal do TR4 que ajudamos a desencalhar. Descemos as mesas e cadeiras, preparamos um almoço de pão com salame e polenguinho e ficamos por ali por mais ou menos duas horas, brincando no rio e comendo. No nosso primeiro contato com o Rio Novo ficamos deslumbrados com a temperatura agradável da água e a sua transparência.
Ponte do Rio Novo

Praia na ponte do Rio Novo

Mergulho no Rio Novo
Por volta das três horas da tarde seguimos viagem, pouco tempo depois chegamos à guarita da Naturatins, de onde parte uma trilha para as Dunas. Um funcionário do Parque Estadual do Jalapão nos orientou a seguir sempre pela esquerda, onde os trilhos estavam menos profundos. Apesar de não cobrar a entrada, ele nos pediu uma contribuição. Doamos vinte reais e partimos para as dunas. A estrada é muito semelhante à que vai para a Fazenda Progresso, muita areia solta. A diferença é que são várias trilhas que se cruzam e podem confundir o motorista, mas não há risco de se perder, todas levam ao mesmo destino, as Dunas. Seguindo a orientação do vigilante, fomos sempre pela trilha da esquerda, sem parar, para não encalhar. A situação mais estressante foi quando de repente surgiram duas camionetes na direção contrária. Se sair fora da estrada corre-se o risco de ficar preso nas margens que são mais altas, mas não tive outra opção, reduzi a velocidade e joguei o carro para cima do barranco de areia, mas sem parar e em segunda marcha. Pensei que não ia conseguir manter o carro em movimento, mas para a minha surpresa o Duster se mostrou valente no primeiro desafio, subiu o barranco e desceu como se estivesse em solo firme, então as camionetes passaram e ficamos aliviados. A partir daí fiquei confiante.

Vereda na estrada que leva às Dunas
Chegamos às Dunas por volta das quatro horas da tarde, deixamos o carro no estacionamento e seguimos a pé por uns trezentos metros até o riacho que fica na base. Normalmente os turistas chegam a partir das cinco horas, pois sobre as dunas não há sombra e o calor é muito forte antes desse horário. Esperamos um pouco lá embaixo e brincamos na água rasa até umas quatro e meia, quando subimos e tiramos algumas fotos. Mas mesmo nesse horário o calor era muito forte e não ficamos muito tempo por lá. Retornamos para baixo e ficamos no riacho até umas cinco horas.

Dunas com vista para a Serra do Espírito Santo

Riacho no pé das Dunas

Com as crianças lambuzadas de areia retornamos para o carro e continuamos a viagem até Mateiros, onde chegamos por volta de seis e meia. No caminho, passamos ao lado da Serra do Espírito Santo de onde parte a trilha dos mirantes, mas o acesso é difícil e perigoso para crianças, por isso resolvemos não tentar dessa vez, mesmo porque já estava quase escurecendo.

Lua cheia nascendo na Serra do Espírito Santo
Tivemos outra surpresa boa ao chegar na Pousada Santa Helena, gostamos das acomodações e os funcionários nos atenderem muito bem, encontraram rapidamente nossa reserva, nos encaminharam ao quarto e nos recomendaram algumas opções de jantar.

Pousada Santa Helena
Comemos em um bar que serve espetinho, localizado na praça principal da cidade, comida simples, boa e barata. Muitos turistas estavam por lá, então acho que é uma das melhores opções.


3° Dia

No terceiro dia fomos explorar as atrações próximas a Mateiros, seguindo o planejamento que tínhamos e as dicas do pessoal da Pousada Santa Helena. Abastecemos o carro e enchemos a caixa térmica com gelo, comprado em uma distribuidora próxima ao hotel que fabrica e vende gelo, além de poupa de frutas. De manhã faz fila de turistas nesse local.
Começamos pelo Fervedouro do Buriti. Diante de tantas belezas naturais, é difícil de opinar, mas esse é um dos mais bonitos e bem cuidados. Para chegar lá saímos de Mateiros em direção à São Félix do Tocantins, pela TO-110, cascalhada e em ótimas condições. Percorremos 13km e logo avistamos uma placa com sinalização, saímos da estrada principal e pegamos uma outra, que mais parecia uma trilha, novamente com areia solta, em direção ao Fervedouro do Buriti. Pagamos R$ 10,00 por adulto e entramos. Tivemos sorte e ao chegar lá, uma outra turma que visitava o local estava de saída, então ficamos sozinhos no fervedouro por quase uma hora e só saímos quando resolvemos seguir para o próximo.

Fervedouro do Buriti
Fervedouro do Buriti
Seguindo as orientações dos locais, seguimos na trilha para o Fervedouro Rio do Sono, bem próximo dali, a uns 1500 metros. Pagamos mais R$ 20,00 para conhecer a atração. O fervedouro em si é muito bonito, mas o entorno não tem muita vegetação e a impressão que tivemos não foi tão positiva quanto o primeiro, apesar disso, vale a pena conhecê-lo. Ficamos novamente sozinhos, aproveitando a sensação de flutuar na areia.
Fervedouro Rio Sono

Dali seguimos para o Fervedouro do Salto e depois de outros 1500 metros de areião, chegamos a margem do Rio do Sono, onde uma ponte pênsil, feita com cabos de aço e madeira leva à outra margem onde está localizada a atração principal. Chegamos lá e não avistamos ninguém, encontramos o fervedouro, mas resolvemos não entrar, pois não era tão bonito quanto os demais. As suas margens eram contidas por tábuas de madeira, dando a sensação de ter sido ampliado artificialmente, e, apesar de estar em um local arborizado, não tinha a mesma beleza dos dois primeiros. Valeu a experiência de atravessar a ponte, as crianças gostaram.

Ponte pênsil que leva ao Fervedouro do Salto

Retornamos ao carro e mais areião em direção à estrada principal. A trilha que leva aos três fervedouros começa no km 13 da TO-110 e termina na mesma estrada, próximo à entrada para a Comunidade Mumbuca.
Antes de visitar o principal fervedouro da região, decidimos almoçar. Paramos em uma sombra no estacionamento do fervedouro e montamos nossa estrutura com mesas e cadeiras. Novamente sanduíches de salame e polenguinho, a fome era tanta que nem precisamos variar o cardápio.

Almoço no estacionamento do Fervedouro do Ceiça

Fomos então para o Fervedouro do Ceiça, também chamado de Fervedouro Mumbuca. Pagamos a taxa de R$ 10,00 por pessoa. Aguarmos uma turma sair da água para entrarmos. A lotação máxima é de seis pessoas e o tempo que se pode ficar na água é restrito se houver outros esperando. Ficamos mais uma vez sozinhos e aproveitamos por muito tempo até chegar mais gente, mas, por coincidência, já estávamos de saída. Para chegar ao mais famoso e fotografado fervedouro do Jalapão é muito fácil, ele fica bem próximo da TO-110, é só seguir as placas e sair da estrada principal na entrada para o Povoado Mumbuca. O acesso é fácil e dá para chegar em carro baixo e sem tração. Fica a aproximadamente 25km de Mateiros.

Regras para utilização do fervedouro

Fervedouro do Ceiça
Então fomos conhecer o Povoado Mumbuca, onde são fabricados os artesanatos de capim dourado. A estrada é boa e o vilarejo possui uma loja onde os artesãos expõem os seus produtos. Eles se revesam para atender os turistas e mesmo que chegue na loja e não encontre ninguém, logo alguém gritará "fulana, tem gente na loja" ou algo parecido e uma das artesãs virá para atendê-lo. Vale a pena para conhecer, comprar lembranças e incentivar a produção local.

Loja de artesanato no Povoado Mumbuca

Loja de artesanato no Povoado Mumbuca
Após as compras, seguimos para o encontro das águas que fica perto dali, onde há um fervedouro e um rio para tomar banho, mas nos perdemos nas orientações e acabamos não encontrando a atração. Como já estava ficando tarde e queríamos conhecer a Cachoeira da Formiga, resolvemos ir embora.
Retornamos à TO-110 pelo mesmo caminho, seguimos em direćão a São Félix do Tocantins e após 2,5km encontramos a trilha que dá acesso à cachoeira. O caminho a partir dali é arenoso e com trilhos profundos, principalmente no início. Tal como a trilha para as dunas, é um dos trechos mais difíceis que passamos, o bom é que é curto, uns 5 km. Mas o trajeto compensa, a cachoeira é linda a primeira vista e espetacular quando se mergulha. A água cristalina e a temperatura da água são encantadoras. O poço da queda d'água é muito fundo e nele não dá para ficar de pé, a correnteza também é forte, mas dele sai um córrego onde as crianças e adultos podem passar mais tempo, pois é raso e não menos bonito. O local possui um restaurante e área para camping. Pagamos uma taxa de R$ 20,00 por pessoa. Chegamos lá por volta das quatro horas da tarde e ficamos até quase escurecer. Gostamos tanto que pretendemos passar um dia inteiro lá na próxima vez, esse foi o motivo do gostinho de quero mais.

Restaurante e camping na Cachoeira da Formiga

Córrego que sai da cachoeira

Cachoeira da Formiga

Tráfego na TO-110 retornando para Mateiros

Retornamos à Mateiros pela TO-110 e jantamos no mesmo local da noite passada.


4° Dia


Acordamos cedo e, após o café-da-manhã na pousada, que é muito bom, com quitandas da culinária local, abastecemos a caixa térmica com gelo e pegamos a estrada em direção à São Félix do Tocantins.
Café-da-manhã na Pousada Santa Helena

Passamos novamente pela entrada do Mumbuca e da Cachoeira da Formiga, mas seguimos em frente. Logo após, na beira da estrada, paramos no Fervedouro do Buritizinho. Lá servem almoço. Pagamos a taxa de entrada e conhecemos o menor e um dos mais bonitos fervedouros, a cor da água é indescritível, vejam nas fotos. Não ficamos muito tempo, mas novamente estávamos sós.

Fervedouro do Buritizinho


Mergulho no Fervedouro do Buritizinho

Fervedouro do Buritizinho

Como a estrada seria longa até Palmas, não demoramos muito e partimos para São Félix do Tocantins, chegamos na hora do almoço e mais uma vez demos sorte com a comida. Logo na entrada da cidade, na rua principal, almoçamos no Restaurante Cerrado, que é a varanda da casa de uma moradora. A comida caseira estava deliciosa.

Restaurante Cerrado
A proprietária nos deu uma dica preciosa ao perguntarmos sobre as atrações turísticas da cidade. Ela nos disse que há três dias um fervedouro chamado Bela Vista abriu para visitação. Após o almoço fomos para lá, retornando menos de um quilômetro na TO-110. Seguimos as placas e chegamos a um rancho de palha onde a proprietária nos recebeu e demonstrou muito interesse no desenvolvimento do turismo de forma sustentável, com respeito à natureza. O local realmente é muito limpo e organizado. O fervedouro é o maior da região, dá para entrar muitas pessoas ao mesmo tempo. É muito bonito, não tanto quanto o dos Buritis, Buritizinho e Ceiça, mas é o melhor para o banho e as brincadeiras, nele a sensação de flutuar na areia é muito boa, pois a profundidade é ideal para ficar com as pernas submersas até os joelhos e se equilibrar com os braços na superfície da água. Valeu a pena passarmos por lá.
Fervedouro Bela Vista

Já estava ficando tarde e resolvemos não conhecer o Fervedouro do Alecrim, também em São Félix do Tocantins. Pegamos a estrada, agora pela TO-030 em direção a Novo Acordo.
A estrada é cascalhada e alguns pontos é bom estar em um carro mais alto, mas no geral, com cuidado é possível passar em um carro baixo e sem tração. Passamos por dentro de um córrego que não tem ponte, mas não é muito profundo, e alguns trechos de areia, mas sem maiores dificuldades.
No caminho, próximo à Serra da Catedral, fica o Catedral do Jalapão Ecolodge, uma pousada com cabanas feitas de palha da palmeira Buriti, com uma rústica, mas ótima estrutura para atendimento ao turista, restaurante com cardápio da culinária local e internacional, banheiros e bangalô, os dois últimos com acabamento de primeira, tem até hidromassagem com vista panorâmica. Além disso oferecem passeios de canoagem, trilhas a pé e de mountain bike, se tiver tempo, vale a pena conhecer, mas saiba que todo esse conforto tem um preço justo. Para se hospedar é preciso fazer reserva, o contato é através do Facebook: https://www.facebook.com/jalapaoecolodge .

Serra da Catedral

Ali perto tiramos umas fotos da Serra da Catedral, passamos por uma região muito bonita chamada Serra do Gorgulho e já anoitecendo chegamos em Novo Acordo. Até Palmas foram mais 115km pela TO-020 e BR-010, ambas asfaltadas e em boas condições.

Serra do Gorgulho


DICAS


  1. Reservar ao menos três dias para a viagem entre Ponte Alta e Novo Acordo;
  2. Como as distâncias entre as atrações são grandes, não deixe de considerar os deslocamentos como atrativos à parte, no Jalapão uma das diversões é a estrada;
  3. Levar alimentos e bebidas para o lanche e para quando não encontrar lugar para almoçar;
  4. Planejar as rotas e horários, pois algumas atrações, como as Dunas e a Serra do Espírito Santo, são melhores em horas específicas;
  5. Se sair de Palmas, dormir em Ponte Alta, para no outro dia ter mais tempo livre entre esta cidade e Mateiros, podendo ficar mais tempo na prainha da Cachoeira da Velha, por exemplo;
  6. Programar ao menos uma tarde na Cachoeira da Formiga, pretendemos ficar um dia inteiro na próxima vez;
  7. Levar dinheiro em espécie, pois os atrativos não recebem por cartão de crédito, apenas postos, pousadas e alguns comércios;
  8. Abastecer em Ponte Alta e assim que chegar em Mateiros. Ao sair de Mateiros encher o tanque novamente. Não existem postos de abastecimento entre as cidades, apenas em Ponte Alta, Mateiros, São Félix e Novo Acordo e às vezes falta combustível. Quando estávamos lá em Mateiros apenas um posto tinha gasolina.
  9. A menos que você seja aficionado por acampar e tenha o know how e os apetrechos de cozinha, estando com crianças, recomendamos se hospedar em pousadas, se virar com lanches no almoço e jantar em bares ou restaurantes. É muito mais prático. Mas, mesmo assim, levamos uma barraca e colchonetes para imprevistos ou caso resolvêssemos dormir mais um dia próximo a um dos atrativos;

VÍDEOS DA NOSSA VIAGEM







NOSSA SUGESTÃO DE ROTEIRO


1° Dia



  • Sai de Ponte Alta
  • Passa no Cânion Sussuapara
  • Cachoeira da velha e prainha
  • Piquenique na prainha ou almoço na Fazenda Progresso
  • Paradinha para refrescar na Ponte do Rio Novo
  • Por-do-sol nas Dunas
  • Dormir em uma Pousada de Mateiros


2° Dia



  • Sai de Mateiros
  • Fervedouro do Buriti
  • Fervedouro Rio do Sono
  • Fervedouro do Salto (opcional)
  • Almoço na Comuidade Mumbuca ou piquenique
  • Encontro das àguas
  • Fervedouro do Ceiça ou Mumbuca
  • Dormir em uma pousada de Mateiros


3° Dia



  • Sai de Mateiros bem cedo
  • Trilha dos mirantes ao amanhecer (com crianças não recomendo)
  • Almoça em Mateiros ou piquenique
  • Cachoeira da Formiga
  • Dorme em uma pousada de Mateiros


4° Dia



  • Sai de Mateiros
  • Fervedouro Buritizinho
  • Fervedouro Bela Vista
  • Almoço em São Félix ou piquenique
  • Fervedouro do Alecrim
  • Parada para fotos na Serra da Catedral e Serra do Gorgulho
  • Chega em Palmas



No caminho existem outros atrativos, como as cachoeiras do Prata e do Lajeado que, dependendo da sua disponibilidade de tempo, dá para ir, sacrificando algum outro lugar ou acrescentando mais dias na viagem. Se optar passar por elas, inseri as suas localizações no mapa que está disponível para download.


REFERÊNCIAS PARA PESQUISA


COMENTÁRIOS E DÚVIDAS

Caso queira comentar o texto ou tenha alguma dúvida sobre o nosso roteiro de viagem ao Jalapão, fique à vontade.